Várias sociedades africanas que falavam línguas semelhantes foram chamadas de banto pelos europeus. Acreditam-se que os bantos eram da atual região de Camarões e, em cerca de 1.000 a.C., começaram a migrar para o sul. Essa migração se estendeu até os séculos III e IV d.C., levando os bantos a se concentrarem no centro-sul da África, nas atuais regiões de Angola, Congo, República Democrática do Congo, Uganda Naníbia, Zâmbia, Moçambique, Botsuana.
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Nas novas regiões que ocuparam, os bantos introduziram a metalurgia, a agricultura e a forma de governo centralizada. Formaram sociedades matrilineares, nas quais as terras cultivadas eram consideradas de antepassados, as florestas eram comunitárias e o trabalho individual.
Nos primeiros séculos do tráfico de escravos, foram trazidos para as Américas, escravizados, muitos negros de grupos bantos. Esses grupos foram a maioria na Bahia, em Alagoas, Pernambuco, Maranhão, em Minas Gerais e no Rio de Janeiro e, muitos momentos, reproduziram aqui a organização social (especialmente nos quilombos), sua arte e sua visão de mundo. A capoeira, a congada, as danças e cerimônias de cateretê, caxambu, batuque, samba, jongo, lundu, maracatu, coco de zambê são heranças dos bantos.
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O candomblé de angola, com o qual a capoeira angola mantém ligações, também é expressão de origem banto.
Capoeira é uma palavra de origem tupi que significa vegetação que nasce após a derrubada de uma floresta. No Brasil Colônia, esse nome foi também dado ao "jogo de angola" que apareceu nas fazendas e cidades desde que os primeiros grupos de negros de origem banto foram escravizados e trazidos pra cá.
A capoeira praticada em senzalas, ruas e quilombos foi vista como uma ameaça pelos governantes, que, em 1821, estabeleceram medidas de repressão à capoeiragem, incluindo castigos físicos e prisão. Essas medidas policiais contra a capoeira só deixaram de vigorar a partir da década de 1930, mas isso não significou que passasse a ser plenamente aceita e que seus praticantes tivessem a simpatia da sociedade brasileira.
O "jogo da angola" não foi aceito como uma forma de expressão corporal de indivíduos e grupos, em sua maioria negros, organizados, pensantes e vigorosos. Foi transformando em folclore, com a diminuição de seu significado grupal para os praticantes e, depois, em esporte ou arte marcial. Mas a forma não esportiva da capoeira também permaneceu, ligada a grupos de capoeira angola.
Assim, surgiram dois rumos de capoeira nas décadas de 1930 e 1940, que se distinguiram mais efetivamente a partir dos anos 70. Ocorreu, por um lado, a mobilização de grupos de resistência cultural afro-baiana, que perceberam nos poucos grupos angoleiros manutenção dos elementos da capoeira trazidos pelos negros bantos, e, por outro lado, a organização da capoeira esportiva (capoeira regional) como arte marcial.
O "jogo da angola" não foi aceito como uma forma de expressão corporal de indivíduos e grupos, em sua maioria negros, organizados, pensantes e vigorosos. Foi transformando em folclore, com a diminuição de seu significado grupal para os praticantes e, depois, em esporte ou arte marcial. Mas a forma não esportiva da capoeira também permaneceu, ligada a grupos de capoeira angola.
Assim, surgiram dois rumos de capoeira nas décadas de 1930 e 1940, que se distinguiram mais efetivamente a partir dos anos 70. Ocorreu, por um lado, a mobilização de grupos de resistência cultural afro-baiana, que perceberam nos poucos grupos angoleiros manutenção dos elementos da capoeira trazidos pelos negros bantos, e, por outro lado, a organização da capoeira esportiva (capoeira regional) como arte marcial.
Fonte:
Para Ensinar Educação Física: possibilidades de intervenção na escola/Suraya
Cristina Darido, Osmar Moreira de Souza Júnior. – Campinas, pág 223 e 224, SP:
Papirus, 2007
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